O
mundo começou a tomar conhecimento dos "círculos
ingleses" a partir da década de 80, apesar destes
círculos estarem aparecendo há séculos. Os famosos
"círculos ingleses", os quais são chamados de círculos
por força do hábito, têm sido documentados desde o
século XVI. Por que levamos tanto tempo para validá-los?
Considerados verdadeiras obras de arte por
estudiosos e especialistas, estima-se que cerca de 10
mil destas enigmáticas figuras já foram descobertas em
todo o mundo, sobretudo no sudoeste da Inglaterra
(próximo à região onde se situa Stonehenge), onde a
percentagem de incidência destas figuras chega a 98% dos
círculos já encontrados. Os outros 2% foram encontrados
na Austrália, Estados Unidos, França e Canadá.
Os
círculos ingleses são na verdade um emaranhado de formas
geométricas de diversos tamanhos dispostas de maneira
organizada. Em alguns casos extremos, círculos compostos
por mais de 200 figuras geométricas perfeitamente
dispostas, numa extensão que vai além de 300 metros de
comprimento, já foram encontrados sem que os estudiosos
– incluindo os do governo britânico – tivessem a menor
idéia de como foram feitos.
Os desenhos parecem ser específicos a cada ano,
quase como capítulos num livro. Em 1994, houve uma
proliferação do que se convencionou chamar de "insectogramas",
com figuras na forma de escorpiões, aranhas, teias de
aranhas e outros insetos. Em 1995, os padrões pareciam
sugerir sistemas solares, cinturões de asteróides e
outras figuras planetárias. Em 1993, houve uma
incidência de padrões geométricos.
Nestes círculos, ou em sua proximidade, nunca foram
encontrados quaisquer traços ou pistas que indicassem
como foram feitos ou por quem. Não há pegadas de
pessoas, ou marcas de pneus de veículos, nem sinal de
que as plantas em seu interior tenham sido manipuladas
por humanos. Simplesmente, os círculos surgem do nada,
portando uma mensagem inexplicável e desafiando nossa
inteligência e tecnologia.
As
Fraudes
Estima-se que cerca de 30% dos círculos encontrados
sejam falsos. Diversos motivos levam as pessoas a
forjarem as figuras, entre elas estão a vontade de
aparecer e ser notícia e principalmente a tentativa de
desmoralizar os estudiosos do fenômeno. Há também
aqueles grupos de pessoas que disputam entre si para ver
quem faz o desenho mais bonito e mais próximo da
realidade e para demonstrar suas habilidades artísticas.
O
caso mais clássico de forjadores aconteceu há alguns
anos. Dois velhinhos aposentados de Preston Highs
chamados Doug e Dave procuraram a imprensa britânica e
reclamaram para si a autoria de alguns círculos
descobertos na área de Alton Baines. Sua estória correu
o mundo e muitos deram como encerrado o caso dos
círculos ingleses, porém, quando diante dos jornalistas,
os velhinhos mal conseguiram desenhar tais figuras,
resultando em formas mal acabadas, sem qualquer precisão
e com poucos metros de diâmetro.
Os
estudiosos mais experientes dizem que os círculos
forjados são mais facilmente identificados pois são
realizados de forma irregular, sem a simetria ou a
perfeição geométrica dos círculos verdadeiros e ainda
ficam repletos de vestígios de quem os fez e de como.
As
Pesquisas Continuam…
Nem
mesmo os estudiosos que acompanham os aparecimentos
desde o começo da década de 80 se atrevem a esboçar
alguma explicação para o fenômeno.
Nos
meses de pico, que se por entre maio e setembro (época
em que as plantações estão próximas da colheita),
milhares de estudiosos de todo o globo se reúnem no
sudoeste da Inglaterra atrás de novas figuras, que às
vezes chegam a aparecer quase que diariamente.
É importante frisar que nenhum vestígio foi
encontrado em qualquer círculo validado, a não ser uma
certa forma de energia desconhecida ou não catalogada
pela Ciência atual. Esta forma de energia produz uma
mudança a nível genético nas plantas afetadas pelo
fenômeno, a qual faz com que suas sementes também sejam
afetadas.
É importante frisar
que nenhum vestígio foi encontrado em qualquer
círculo validado, a não ser uma certa forma de
energia desconhecida ou não catalogada pela Ciência
atual. Esta forma de energia produz uma mudança a
nível genético nas plantas afetadas pelo fenômeno, a
qual faz com que suas sementes também sejam
afetadas.
O Efeito Nas
Plantas e No Solo
Os
"círculos" só aparecem nas plantações de trigo, cânola e
cevada. Os caules destas plantas, que normalmente quando
entortados se quebram, nas áreas onde o fenômeno ocorre,
chegam a ser entortados em cerca de 90 graus.
O
entortamento dos caules se dá num ponto entre 20 e 80%
da altura total das plantas. As vezes, plantas situadas
lado a lado na colheita, são entortadas em direções
opostas dentro do mesmo fenômeno.
Uma
característica deste fenômeno é que, quando entortadas,
não é possível desentortá-las com o risco de quebrá-las,
continuando seu crescimento rasteiro ao chão.
Duas organizações
vêm fazendo estudo do solo dos círculos. Elas são o
Center for Crop Circles Studies in England e uma
organização conhecida como ADAS Ltd., trabalhando
com o Ministério da Agricultura Inglês. Uma das
coisas que eles descobriram é que os solos adquirem
uma quantidade anormal de hidrogênio após cada
formação. O único modo desta quantidade de
hidrogênio aparecer assim seria se o solo recebesse
uma carga elétrica extremamente forte.
Descobertas
Significantes
Sabe-se hoje que cerca de 90% dos círculos genuínos
surgem quase sempre nas mesmas áreas, ano após ano, e
invariavelmente sobre ou muito perto de sítios
arqueológicos de milhares de anos de idade.
Estes sítios arqueológicos às vezes estão
enterrados e os estudiosos só se dão conta de que
existem um determinado lugar quando surgem círculos lá…
Um fator interessante a se notar é que um certo
número de círculos têm aparecido perto de usinas
nucleares, o que nos leva a crer que os responsáveis
pelos círculos estão preocupados com a nossa loucura
nuclear.
Outro fator é que algumas pessoas dizem ter sido
afetadas depois de terem pisado dentro de uma destas
formações. Alguns estudiosos comprovam estas estórias,
como o Dr. Collete M. Dowell. Ele, como outras pessoas,
diz que em algumas formações que entrou, se sentiu
extremamente ansioso ou agitado. Em outras, se sentiu
feliz, bobo e outras emoções.
Conclusões
Pelo
menos em uma coisa os estudiosos já se entendem: os
círculos tem obrigatoriamente um componente não
terrestre. Ou seja: não são construidos pela
inteligência humana.
Esta
conclusão é sustentada pelo fato de que muitas
testemunhas como fazendeiros, estudiosos e curiosos
acampados nos locais em seus momentos de pico veêm com
certa frequência misteriosas luzes não identificados
sobrevoarem as colheitas pouco antes dos círculos terem
sido descobertos. Em alguns casos, certas bolas de luz
foram até filmadas e fotografadas, embora com baixa
qualidade.
De
qualquer forma, o fenômeno dos "círculos ingleses"
continua no reino das suposições.
Esse
talvez seja um dos episódios mais concretos sobre
efetivo contato com uma civilização extraterrestre, pelo
menos é o que se pensa. Estamos falando sobre A MENSAGEM
DE ARECIBO. Ora, o que é isto? Bem, para início de
conversa vamos retroceder no tempo, para precisamente 16 de novembro 1974.
Arecibo é um lugar situado na costa norte de Porto Rico.
Esse pequeno país foi colonizado pelo espanhóis e, em um
passado mais recente, passou para o controle dos Estados
Unidos até alcançar sua independência e autonomia
política. Em Arecibo há uma imensa formação natural, uma
cratera circular dentro da qual está instalado o maior
rádio telescópio do mundo,
com diâmetro aproximadamente de 1000 pés
(cerca de 300 metros).
Rádio telescópio é um tipo especial de telescópio que se
utiliza de ondas de rádio para transmitir e captar
sinais do espaço sideral mais longínquo.
Em
1974, em consonância com o SETI (Search for
Extra-Terrestrial Inteligence), técnicos do observatório
de Arecibo enviaram ao espaço uma mensagem codificada,
cuja decifragem se baseia na compreensão do código
binário
Para que tal mensagem fosse transmitida a capacidade do
transmissor foi incrivelmente aumentada para uma
potência de até 20 terawatts. Para se ter uma
idéia dessa medida 1 terawatts equivale a UM
TRILHÃO de watts. O sinal foi direcionado para a
Constelação de Hércules, para o agrupamento estelar
conhecido como M13 (cerca de 350.000 estrelas),
distanciado a 25.000 anos-luz da Terra.
A mensagem enviada de Arecibo tem características
particulares que serão brevemente comentadas aqui. - a) A mensagem consistiu
em 1679 pulsos de código binário transmitido
a uma frequência de 2380 Mhz. - b) Temos aqui um detalhe
matemático : 1679 é o único produto específico de dois
números primos determinados, a saber : 23 e 73
(números primos são números divisíveis por um e por ele
mesmo). Isso porque pressupõe-se que uma civilização
inteligente teria como compreender plenamente o conceito
de números primos. Observe que a mensagem de natureza
binária foi embasada (impressa) em uma malha matriz de
23 células de largura por 73 de altura (vide gravura à
esquerda em preto e branco). - c) O código binário (base
2) é muito mais simples que o sistema decimal
(base 10).
Vejamos, a título de exemplo, como é a formação do nº
248 no sistema DECIMAL e no sistema BINÁRIO:
SISTEMA DECIMAL (base 10). Utiliza 10
algarismos (0 a 9)
248= 24 x 10 +
8
24 = 2 x 10 + 4
2 = 0 x 10 + 2
Observe os últimos números de cada linha (RESTO), de
baixo para cima, eles formam 2 4 8
SISTEMA BINÁRIO (base 2). Utiliza 2
algarismos (0 e 1)
248= 124 x 2 +
0
124= 62 x 2 +
0
62= 31 x 2 +
0
31= 15 x 2 +
1
15= 7 x 2 + 1
7= 3 x 2 + 1
3= 1 x 2 + 1
1= 0 x 2 + 1
Observe os últimos números de cada linha (RESTO), de
baixo para cima, eles formam 1 1 1
1 1 0 0 0. Portanto 248 no sistema BINÁRIO é
11111000
- d) A mensagem codificada
consistia em 07 setores
(partes), cada um mostrando aspectos particulares de
nossa civilização, dividida do seguinte modo, a começar
do topo:
1º parte (Arecibo):
Representação binária dos números de 1 a
10. 2º parte (Arecibo):
Representação em binários dos números atômicos dos
elementos Hidrogênio (1), Carbono (6), Nitrogênio
(8) e Fósforo (15), respectivamente. Esses são os
elementos essenciais a formação da vida na Terra. 3º parte (Arecibo):
Representa a fórmula molecualr para os acúcares e bases
dos nucleotídeos do DNA humano. Observe que é
a seção maior da mensagem.
4º
parte (Arecibo): Representação gráfica da
"dupla-hélice" do DNA humano. No centro o nº
dos nucleotídeos do DNA. 5º parte (Arecibo): No
centro, outra representação gráfica, indicando a forma
física dos seres-humanos (disposição da cabeça, membros
e tronco). A esquerda a população da Terra em binários
no ano de 1974, aproximadamente 4,29 bilhões
de pessoas. Do lado direito a estatura mediana de um
homem da terra. Nela encontramos o nº 14 no
sistema binário, que multiplicado pelo comprimento de
onda 12,6 cm resultará em 176,4 cm,
ou aproximadamente, 1,76 m que é a altura
mediana de um homem normal.
Não teria sentido enviar os dados dessa medida em
"centímetros" ou "metros", porque simplesmente indicam
um padrão de sistema de unidades humano. Já falamos que
a mensagem foi transmitida em uma frequência de
2.380 Mhz. Para convertê-la no seu comprimento de
onda basta dividir 300 por ela :
300/2380=0,12605 m, que é aproximadamente
12,6 cm. Esta é nossa "unidade de comprimento de
onda". 6º parte (Arecibo): A
representação do nosso Sistema Solar. Note que o sol
está representado a direita como o quadrado maior. Por
sua vez, a Terra é mostrada como o terceiro ícone da
direita para a esquerda destacadamente. Cada desenho
procurar obedecer correlatadamente o tamanho dos
planetas. 7º parte (Arecibo): Última
seção da mensagem: nela a representação e o tamanho do
rádio telescópio de Arecibo. Vemos o desenho da antena
parabólica e abaixo, em binários, o diâmetro do prato da
antena= 100101111110, isto é, 2430
em decimal. Multiplicando esse valor por nossa unidade
de comprimento de onda (12,6 cm), obtemos 30.618 cm,
aproximadamente 1.000 pés, que é o diâmetro
do prato da antena de Arecibo. Essa última parte indica
a origem da mensagem lançada ao espaço.
Pois bem, essa é a 1º parte de nossa narrativa.
Cheguemos agora ao ano de 2000, área adjacente ao
observatório de Chilbolton, Inglaterra. Naquele ano
observou-se a formação de um "crop circle" ou círculo
inglês, como também é conhecido. (Observe a figura). Uma
figura impressionante e, como sempre, perfeita,
obedecendo uma simetria irretocável.
Um ano
depois, precisamente em 21 de agosto de 2001,
dois novos círculos ingleses se formaram próximos ao
telescópio de Chilbolton, separados entre si por cêrca
de 200 metros.
A primeira formação diz respeito a um "crop circle"
inédito. Nela vemos claramente a imagem de uma
face humanóide,
principalmente quando visto de uma boa altitude,
revelando a magistral qualidade dessa formação.
Geralmente a formação desses círculos em plantações se
deve ao "abaixamento" dos talos das plantas, como se ali
a vegetação tivesse sido "penteada". No caso do rosto
humano cada mecha de vegetação parece ter sido
"redemoinhada" com intensidade diferente e separadamente
das demais. Um trabalho extremamente minucioso e
grandioso para ser obra de um artista intinerante.
A outra formação ganha a sua importância exatamente no
significado que traz ou pode trazer. Observe a figura e
veja como ela é extremamente semelhante com a mensagem
codificada de Arecibo, já discutida anteriormente.
Essa
formação parece ter sido "amassada" em grade, ou seja,
cada setor foi cruzado e depois baixado
(entrelaçamento). Seria essa extraordinária formação uma
resposta a mensagem de Arecibo enviada em 1974? Se for,
qual ou quais diferenças de uma em relação a outra? Bem,
é exatamente isso que iremos discutir a seguir
Para começar, Essa imagem binária
desenhada em um campo adjacente a Chilbolton também está
dividida em 07 setores:
1º setor (chilbolton):
Mesma representação binária dos números de 01 a 10. 2º setor (Chilbolton):
Indicam os nº atômicos dos elementos químicos essenciais
a vida na Terra, acrescido de um valor EXTRA,
corretamente inserido na sequência binária original.
Esse elemento adicional tem número atômico 14,
que é o nº do elemento SILÍCIO. 3º setor (Chilbolton):
Mesma simbologia binária para a fórmula estrutural dos
acúcares e bases formadores dos nucleotídeos da molécula
de DNA. 4º setor (Chilbolton):
Observa-se um "ramo" a mais do lado esquerdo
da dupla-hélice do DNA. Também há uma mudança
no código binário dos números dos nucleotídeos do DNA. 5º setor (Chilbolton): A
representação gráfica da forma humanóide sofre mudanças
significativas. Observe o volume da cabeça, bem
avantajado com relação aos membros. Também os binários
que representam a população do planeta e a estatura do
alienígena são diferentes em relação a mensagem
original. 6º setor (Chilbolton): A
simbologia planetária apresenta 09 planetas, além do 3º
planeta a partir do sol, 0 4º e 5º planetas
também estão ressaltados, mais precisamente esse último. 7º setor (Chilbolton): Esta
última seção que na mensagem de Arecibo representa o
prato do radio telescópio encravado na rocha, mostra um
diagrama da formação do "crop-circle" do ano anterior
(2000). Também há mudanças no código binário com relação
ao tamanho do transmissor.
Iremos agora ponderar sobre as seções que apresentaram
DIFERENÇAS, as partes 2, 4,
5, 6 e 7.
Diferenças na 2º parte:
No círculo da Inglaterra temos uma coluna a mais
inserida na sequência correta, representativa do
elemento SILÍCIO. Esse elemento químico entraria
na constituição física de extra-terrestres na mesma
proporção e importância que o CARBONO com relação aos
terráqueos? Ou será que esse componente tem importância
relevante na constituição da vida no planeta alienígena? Diferenças na 4º parte:
O ramo "extra" e o diferente nº de nucleotídeos sem
dúvida nenhuma indica um DNA diferente. Poderá se tratar
de um DNA exclusivo ou uma mutação do DNA humano. Diferenças na 5º parte:
A representação gráfica do ser alienígena é bastanta
característica: pernas e braços pequenos em relação ao
crânio. Os olhos "enormes" reforçam essa característica.
O nº binário que representa a altura do ser é 1000.
Multiplicando esse valor pela unidade de comprimento de
onda já calculada anteriormente, obtemos: 8 x 12,6
cm=100,8 cm - aproximadamente 1 metro. Essa é a
medida compatível com a maioria dos relatos sobre
contatos com ET's. Todas as características se enquadram
na categoria dos "GREYS" ou "CINZENTOS",
talvez o tipo de extra-terrestre mais conhecido entre
nós. Diferenças na 6º parte:
A diferença entre os sistemas solares pode indicar um
sistema alienígena ou o nosso no futuro, como alguns
defendem. Nesse caso além da Terra em destaque, teríamos
também os planetas Marte, Júpiter e o cinturão de
asteróides entre esses dois astros. Dentro dessa teoria
os planetas citados seriam futuras colonizações dos
moradores da Terra. Diferenças na 7º parte:
A representação do "crop circle" formado no ano de 2000
em Chilbolton, no lugar da representação da parabólica
de Arecibo pode ter diversas explicações. Sem dúvida
alguma essa simbologia está relacionada com o lugar.
Pela lógica deveria representar o local de algum planeta
do grupo estelar M13 de onde a suposta resposta foi
enviada; ou mesmo um pictograma do planeta remoto e seu
sistema, desenhado no ano anterior em Chilbolton, como
se fosse uma tentativa de COMUNICAÇÃO sobre a existência
"deles", como quem diz:" Olha, nós estamos aqui!".
Enfim, muito há que se descobrir sobre as célebres
formações de Chilbolton. Vale ressaltar que é notória a
semelhança do rosto marcado no campo com a famosa "face"
da superfície marciana. A palavra chave nesse mais
extraordinário episódio relativo aos círculos ingleses é
COMUNICAÇÃO.
Haverá alguém capaz de ler essas formações e nos dizer
seus significados? Do mesmo modo que Champolion decifrou
os complexos hieróglifos egípcios? Tomara que sim. Ou
talvez não. Talvez as respostas para tanto mistério
venha do próprio espaço sideral, na forma de um contato
mais direto, claro e profundo dos ocultos habitantes das
estrelas.
Os círculos das plantações não são apenas círculos, eles
podem aparecer em muitas formas diferentes. O círculo na
plantação mais básico (e mais comum) é o círculo
único. Os círculos podem aparecer em conjuntos de
dois (pares), três (trios) ou quatro (quádruplos). Os
círculos também podem estar circundados por um anel
externo fino .
Foto do site circlemakers.org Formação em Ogbourne St.
George em Wiltshire
As hastes dentro do círculo são curvadas no que é
conhecido como desenho em redemoinho, e os
círculos podem girar no sentido horário ou anti-horário.
Em desenhos com vários círculos, um pode girar no
sentido horário e um outro no anti-horário. Mesmo um
único círculo pode conter duas "camadas" de hastes, cada
uma girando em uma direção diferente.
Os círculos nas plantações podem variar de alguns
centímetros a algumas centenas de metros. A maioria dos
círculos antigos eram desenhos circulares simples. Mas
depois de 1990, os círculos tornaram-se mais
elaborados. Esses desenhos mais complexos foram chamados
pictogramas. As plantações podem ser feitas para
ter qualquer aparência: rostos sorridentes, flores ou
até mesmo palavras. Os círculos nas plantações são às
vezes desenhos únicos, mas também podem ser baseados em
motivos antigos.
Foto do site circlemakers.org Um círculo perto de Silbury
Hill em Wiltshire, Inglaterra, que lembra uma
Pedra Solar Asteca
Foto do site circlemakers.org Uma formação em West Kennett,
Wiltshire, na forma de um símbolo celta chamado
Trisquel
Alguns dos desenhos mais sofisticados são baseados em
equações matemáticas. O astrônomo e antigo
professor da Universidade de Boston, professor
Gerald S. Hawkins estudou vários círculos nas
plantações e descobriu que as posições dos círculos,
triângulos e outras formas foram escolhidas com base em
relações matemáticas específicas. Em um desenho com um
círculo externo e um interno, a área do círculo externo
era exatamente quatro vezes a do interno. A precisão das
formas indica que quem quer que tenha feito os círculos
tem um conhecimento complexo de geometria Euclidiana
(a geometria de uma superfície plana introduzida pelo
matemático Euclides, de Alexandria).
Círculos
nas plantações: mensagens
matemáticas? (Foto: Internet)
Gerald
Stanley Hawkins faleceu em 26 de maio de
2003 enquanto pilotava aeromodelos
rádio-controlados em sua fazenda em
Massaschusetts, EUA, aos setenta e cinco
anos de idade. Ele certamente não foi um
cientista qualquer. Nascido na Inglaterra,
formado em matemática e física, doutorou-se
em rádio-astronomia sob instrução de Sir
Bernard Lovell. Em 1954 se mudou para os
Estados Unidos, onde realizou pesquisas nos
observatórios Harvard-Smithsonian, foi chefe
do departamento de astronomia da
Universidade de Boston e deão da Dickson
College em Pensilvânia, até sua
aposentadoria em 1989. [1]
Hawkins se
tornou famoso nos anos 60 quando estudou a
formação neolítica de Stonehenge, na
Inglaterra. Pioneiro, valeu-se de
computadores para o cálculo de alinhamentos
e defendeu que Stonehenge seria um
calendário astronômico neolítico,
desbancando as vagas e duvidosas idéias
existentes então sobre o envolvimento de
Druidas ou do mago Merlin (!). Seu trabalho,
Stonehenge Decoded (Stonehenge
Decodificado), foi publicado no periódico
Nature em 1963 e então em um livro de mesmo
nome em 1965. Hoje, mais de três décadas
depois, grande parte dele foi revisado, mas
Hawkins é considerado como um dos principais
incentivadores da ciência então nascente da
“arqueo-astronomia”.
Nos anos seguintes, o doutor ainda
pesquisaria as linhas de Nazca, contudo sem
grandes achados. No fim dos anos 80 se
envolveria com o estudo dos círculos em
plantações na Inglaterra, e suas descobertas
sobre o tema serão o tema deste artigo. Em
conjunto, são provavelmente o mais próximo
que se chegou de evidenciar algo
cientificamente intrigante por trás do
fenômeno dos círculos ingleses.
Evidência
Circular
O trabalho de
Gerald Hawkins com os círculos ingleses
começa através do livro Circular Evidence (Phanes
Press, 1989) de Colin Andrews e Patrick
Delgado, dois dos primeiros e então
principais investigadores do tema. Hawkins
realizou seus estudos em uma época em que os
círculos ingleses ainda eram primariamente
círculos e ingleses – hoje já incluem
desenhos de rostos humanos e alienígenas,
estando espalhados em diversas partes do
mundo. [2]
O tema lhe chamou a atenção, e através do
livro ele passou a analisar
“estatisticamente” as medidas dos círculos,
isto é, analisar razões e relações entre
comprimentos, diâmetros, larguras ou áreas
de certas partes de formações em cereais.
Para sua surpresa, teria descoberto
repetidas vezes entre tais medidas razões de
números inteiros como 1, 9/8, 5/4, 4/3,
3/2... Podem parecer razões aleatórias, mas
são nada menos que razões que constituem
parte da escala diatônica justa. Esta é a
escala por trás das notas musicais que
conhecemos (Dó, Ré, Mi, Fá, Sol...), e
segundo Hawkins indicava algo sobre a
inteligência de seus autores. A chance de
que tais razões surgissem fortuitamente,
sempre segundo ele, era de 1 em 25.000. [3]
Como se não
bastasse, tempos depois descobriu que alguns
círculos seriam demonstrações geométricas de
teoremas matemáticos. Teoremas são
proposições a ser demonstradas, e o mais
famoso deve ser o teorema de Pitágoras (“a
soma dos quadrados dos catetos é igual ao
quadrado de hipotenusa”). O teorema de
Pitágoras é conhecido há milhares de anos e
ensinado a praticamente toda pessoa
alfabetizada, porém os teoremas indicados em
alguns círculos seriam teoremas Euclidianos
não tão conhecidos ao cidadão comum.
Tudo isso ainda culminaria quando Hawkins
notou que os quatro teoremas indicados
geometricamente nos círculos eram casos
especiais de um quinto teorema geral,
desconhecido até então. Em 1992 o problema
foi exposto na revista Science News como um
desafio aos 267.000 leitores, [4] mas
ninguém deduziu o quinto teorema e sua
demonstração.
Gerald
Hawkins havia encontrado um “perfil
intelectual” dos autores de círculos, e não
parecia muito compatível com o de meros
brincalhões como Douglas Bower e David
Chorley, que pouco antes haviam sido
anunciados como autores de boa parte dos
círculos. [5] Hawkins escreveu a eles
perguntando por que haviam se utilizado da
escala diatônica, apenas para não receber
resposta alguma. A pergunta que se faz é: se
o “perfil intelectual” dos autores de
círculos indicava um conhecimento da escala
diatônica, teoremas euclidianos e indicações
de teoremas desconhecidos, e não eram Doug e
Dave, quem realmente estava por trás de tudo
isto?
Aleatoriedade
O valor de
1/25.000 para a chance de que razões
diatônicas surgissem aleatoriamente é
impressionante. O certo é que os círculos
ingleses não são tão aleatórios em seu
desenho: na época em que o professor fez seu
estudo, sempre envolviam círculos e
semicírculos intercalados, geralmente em
disposição de triângulos eqüiláteros e
hexágonos, com alguma variação ocasional
incluindo quadrados, pentágonos e outros
polígonos regulares. O reaproveitamento de
medidas como o raio do círculo principal é
algo muito comum, o que gera justamente a
profusão de triângulos eqüiláteros e
hexágonos como base de desenhos, e há uma
explicação muito simples para tal. É o
reaproveitamento de uma corda usada para
traçar o círculo principal. Dê um compasso
para uma criança, e ela bem pode acabar
reaproveitando uma mesma abertura diversas
vezes, gerando desenhos muito similares.
Mais do que
isso, é importante notar que Hawkins não
encontrou apenas razões diatônicas. Segundo
ele, encontrou repetidas vezes tais razões
em 12 de 19 círculos com “medidas acuradas”
do livro Circular Evidence. Mas mesmo entre
estes 12 círculos com razões diatônicas,
diversas proporções entre outras medidas
equivaliam a razões não-diatônicas. Ou seja,
o fato é que embora nem todos os círculos
apresentassem razões diatônicas mesmo entre
algumas de suas medidas, todos eles
continham sim razões não-diatônicas!
Demonstração de teoremas (Cortesia
do autor)
Pode parecer
uma questão de ponto de vista, e de certa
forma é. Mas avaliá-los reforça a
constatação evidente de que os círculos
ingleses não são completamente aleatórios, e
o encontro de razões diatônicas entre
algumas de suas medidas, e não em outras,
não deve ser extraordinário por si mesmo.
Curiosamente, o próprio professor Hawkins
forneceria outra evidência disto nos
próprios teoremas que encontrou nos
círculos.
Teoremas
Quatro dos teoremas identificados são
teoremas Euclidianos. O quinto – um teorema
geral do qual os quatro primeiros teoremas
podiam ser derivados – foi deduzido por
Hawkins, sendo desconhecido até então. Os
teoremas (figura 1) são:[6]
Teorema I
Sejam três círculos iguais que partilhem uma
tangente comum e formem um triângulo
eqüilátero. Se um círculo for traçado
através do centro dos três círculos, a razão
entre o diâmetro deste círculo e o diâmetro
de cada círculo menor original é diatônica:
4/3.
Teorema II
Para um triângulo eqüilátero, a razão entre
as áreas do círculo circunscrito (externo) e
inscrito (interno) é 4:1 – que também pode
ser considerada parte da escala diatônica. A
área do anel entre os círculos é três vezes
a do círculo inscrito.
Teorema
III
Para um quadrado, a razão das áreas dos
círculos circunscrito e inscrito é de 2:1,
diatônica.
Teorema IV
Para um
hexágono regular, a razão entre as áreas dos
círculos circunscrito e inscrito é de 4:3,
diatônica.
Teorema V
Os teoremas I a IV são casos especiais de um
teorema geral envolvendo triângulos e vários
círculos concêntricos tocando seus lados e
vértices. Triângulos diferentes geram
teoremas diferentes.
Como se vê, o que os quatro primeiros
teoremas demonstram é justamente que
determinadas construções simples envolvendo
triângulos eqüiláteros, quadrados e
hexágonos inevitavelmente devem envolver
razões diatônicas!
Se parece estranho que o próprio Hawkins
evidenciasse o ponto, isto provavelmente
ocorre porque aqui está outra questão de
ponto de vista. Para Hawkins, os teoremas
eram intencionais e os círculos com razões
diatônicas eram parte desta intenção oculta.
Não bastava incluir razões diatônicas, elas
seriam incluídas como parte de teoremas
euclidianos indicados geometricamente e que
tivessem razões diatônicas como conseqüência
natural. As razões diatônicas não eram
apenas conseqüência dos teoremas, os
teoremas euclidianos expressavam razões
diatônicas como resultado de algo
intencional e inteligente. Mas até que ponto
a intencionalidade e inteligência são
claras?
Ladrilhos
Pitagóricos
Ladrilhos (Cortesia do autor)
Para
ilustrar até que ponto desenhos geométricos
simples podem representar de forma
não-intencional teoremas matemáticos,
podemos voltar ao teorema mais conhecido, o
de Pitágoras. Conta uma anedota [7] que
Pitágoras teria deduzido seu teorema
observando ladrilhos sendo colocados,
ladrilhos parecidos com o da figura ao lado.
(Ladrilho 1) São apenas ladrilhos
compostos de triângulos, mas bem se vê que
são todos triângulos retos, e que compostos
podem formar outros triângulos retos, como o
destacado em amarelo. A área dos pequenos
quadrados que podem ser formados a partir
dos catetos deste triângulo retângulo (com
oito triângulos) é igual à área do quadrado
maior que pode ser formado pela hipotenusa.
Pitágoras a seus pés. Ainda assim, ninguém
diria que o responsável pelo ladrilho deve
realmente conhecer o teorema de Pitágoras.
Se o ladrilho anterior pode ser uma
demonstração geométrica involuntária do
teorema de Pitágoras, também não é o único e
nem o mais interessante. Confira o segundo
(Ladrilho 2).
Enxergar o teorema de Pitágoras no segundo
ladrilho é mais difícil, mas, não obstante,
ele está ainda melhor demonstrado no
Ladrilho 3.
O quadrado azul é o quadrado da hipotenusa
do triângulo retângulo vermelho. Os
quadrados verde e o roxo são os quadrados
dos catetos, e pode-se ver que os
reorganizando pode-se formar o quadrado
azul. “A soma dos quadrados dos catetos é
igual ao quadrado da hipotenusa”.
Ladrilhos insuspeitos podem ser provas belas
do teorema de Pitágoras, mesmo que seus
autores não tenham a menor intenção de
construir pisos matemáticos. Da mesma forma,
os autores de círculos ingleses que segundo
Hawkins demonstram teoremas Euclidianos
muito provavelmente não tinham idéia de que
tais teoremas poderiam ser encontrados em
suas obras. Apenas integraram triângulos,
quadrados e hexágonos em desenhos
geométricos simples, reaproveitando medidas.
Nos olhos de quem vê
À primeira vista o trabalho de Gerald
Hawkins sobre os círculos pode parecer
surpreendente. Teoremas Euclidianos, razões
diatônicas, tudo apontando a um “perfil
intelectual” razoavelmente sofisticado para
os autores de círculos. No entanto, resulta
que o perfil intelectual que Hawkins
encontrou ao identificar teoremas em simples
formações goemétricas de círculos ingleses
foi o seu próprio perfil.
Nem mesmo os autores de tais círculos
conheciam ou pensaram em integrar tais
teoremas em suas obras, que nada mais eram
que círculos com polígonos regulares
simples. Foi Hawkins que, à semelhança da
anedota sobre Pitágoras, demonstrou sua
perspicácia ao ver teoremas insuspeitos em
desenhos inocentes e sem significado
intencional – como ladrilhos no chão. O
perfil intelectual de Hawkins era
sofisticado a ponto do professor descobrir
um teorema euclidiano desconhecido a todos.
Uma interpretação sóbria da evidência
disponível sugere que o quinto teorema não
indica a inteligência dos autores de
círculos, mas sim a de Gerald Hawkins. Que,
no entanto, não pôde resistir à tentação de
descobrir um enigma – que em verdade ele
mesmo criou.
- - -
Notas
[1]
Gerald Hawkins, Telegraph, disponível
on-line em http://www.opinion.telegraph.co.uk/news/main.jhtml?xml=/news/2003/07/28/db2802.xml&sSheet=/opinion/2003/07/28/ixopright.html
[2] Entre os diversos exemplos de
pictogramas recentes, está a já famosa face
alien de 2002 (ver um texto especulativo de
Paul Vigay em http://www.cropcircleresearch.com/articles/alienface.html).
Para círculos fora da Inglaterra, apenas um
exemplo a conferir: Canadian Crop Circle
Research Network (http://www.cccrn.ca/intro.htm).
O Brasil, é claro, já contou com algumas
formações, embora não muito sofisticadas.
[3] Entrevista a Monte Leach, Share
International em 1992, disponível on-line em
http://www.mcn.org/1/Miracles/sphere.html
[5] Para uma boa descrição on-line do
envolvimento de Douglas Bower e David
Chorley com os círculos, ver Dios! on-line
em http://www.dios.com.ar/notas1/biografias/raras_avis/doug/doug1.htm
[6] “Crop circles: Theorems in wheat fields”.
Science News 150 (Oct.12 1996):239,
disponível on-line em http://www.sciencenews.org/sn_arch/10_12_96/note1.htm
[7] A anedota é apenas ilustrativa. O
teorema de Pitágoras já era conhecido na
Babilônia e Egito Antigo, muito antes do
grego Pitágoras pisar sobre um ladrilho.