Se você
gosta de observar estrelas...
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Júpiter muito brilhante no céu em Setembro
Você já reparou que há uma
luz muito brilhante no céu ,na direção leste, abaixo da Lua (além de
Vênus que desaparece após o por do sol)? É Júpiter!
O ano de 2010, e mais
especificamente este mês de setembro, é especial na relação entre a
Terra e o rei dos planetas do Sistema Solar.
(Se andou olhando para oeste, você pode ter visto dois pontos
brilhantes, Vênus, muito intenso, e Marte, mais fraquinho… Além de
Spica, a estrela Alfa da constelação de Virgem. Dá para distinguir
uma estrela de um planeta notando que as estrelas piscam e os
planetas, não.)
Na próxima terça-feira, 21, Júpiter atinge a chamada oposição — um
arranjo no céu que coloca a Terra bem entre o planeta e o Sol. É a
melhor configuração que há para observá-lo, já que teremos o Sol às
nossas “costas” e Júpiter diretamente sob o grande holofote solar.
Neste ano, a oposição acontece com Júpiter muito próximo (em termos
cósmicos, claro) de nós: cerca de 194 milhões de quilômetros mais
perto do que a distância média que nos separa do grandalhão — e
lembre-se de que menos do que isso, 150 milhões de quilômetros, é a
distância entre a Terra e o Sol.
Mesmo assim, ainda estaremos bem distantes dele — separados por 583
milhões de quilômetros.
De qualquer forma, a última vez em que uma oposição ocorreu assim
tão perto da Terra foi em 1963! A próxima oportunidade será em
2022.
Encontrar Júpiter no céu nos próximos dias não será difícil. Basta
olhar para leste — a direção oposta ao pôr-do-sol — por volta das
18h30. O planeta aparece como um ponto de luz intenso, estável, bem
mais brilhante que as estrelas, perdendo em luminosidade, nessa
direção, apenas para a Lua, que fica cheia no dia 23.
Galileu conseguiu descobrir quatro das luas de Júpiter com um
telescópio simples, há 400 anos. Quem tiver um instrumento como uma
luneta ou um bom binóculo pode aproveitar a oposição e tentar
encontrá-las: são Io, Europa, Ganimede e Calisto.
Júpiter, só para lembrar, é o maior planeta do Sistema Solar. Na
verdade, um astrônomo alienígena estaria cometendo apenas um pequeno
erro de poucas casas decimais se supusesse que o Sistema Solar é
formado apenas por dois corpos, o Sol e Júpiter: a massa joviana é
2,5 vezes maior que a de todos os demais planetas somados, incluindo
os demais “gigantes” — Saturno, Urano e Netuno.
Júpiter dá uma volta completa em torno do próprio eixo (um “dia”) em
menos de dez horas, e realiza uma órbita (um “ano”) a cada 12 anos,
aproximadamente. Seu raio é 11 vezes maior que o da Terra e sua
gravidade, cerca de duas vezes maior.
Os astrônomos amadores têm relatado
recentemente um surpreendente número de
bolas de fogo na atmosfera de
Júpiter.Aparentemente, muitos pequenos asteróides ou fragmentos de
um cometa batem no planeta gigante e explodindo entre as nuvens.
Finalmente,
não devemos esquecer as luas de Júpiter, porque eles também estão
tendo um encontro íntimo com a Terra.
Estes
são mundos do tamanho do planeta com vulcões ativos (Io),
possíveis oceanos subterrâneos (Europa), os vastos campos de
crateras (Calisto), e misteriosas ranhuras global (Ganimedes).
Quando
Galileu descobriu as luas de 400 anos atrás, eles não eram mais
alfinetadas de luz em seu vidro de espião primitivo. Modernos
telescópios amadores revelam o real dos discos planetários com
marcações coloridas.
(Foto:
Babak A. Tafreshi www.twanight.org/tafreshi)
Sobre Júpiter
INFORMAÇÕES TÉCNICAS
Distância do
Sol: 778,412,020 km
Raio: 71,492 km
Volume:
1,425,500,000,000,000 km3
Massa:
1,898,700,000,000,000,000,000, 000,000 kg
Júpiter é o 4º
objeto mais brilhante do céu (depois do Sol, da Lua e de
Vénus; por vezes Marte é mais brilhante). É conhecido
desde tempos pré-históricos, mas como uma "estrela
errante". Mas em 1610, quando Galileu aponta pela
primeira vez um telescópio ao céu, observa as 4 grandes
luas de Júpiter: Io, Europa, Ganimedes e Calisto (agora
conhecidas como as luas Galileanas) e registra os seus
movimentos para a frente e para trás do planeta. Foi a
primeira descoberta de um centro de movimento
aparentemente não centrado na Terra e um grande passo a
favor da teoria heliocêntrica do movimento dos planetas
de Copérnico (em conjunto com outras evidências
observadas no seu telescópio: as fases de Vénus e as
montanhas na Lua). O sincero apoio da teoria Copernicana
dado por Galileu pô-lo em muitos apuros com a
Inquisição. Hoje em dia qualquer pessoa pode repetir as
observações de Galileu (e sem medo de qualquer espécie
de retribuição) usando simples binóculos ou um pequeno
telescópio.
Foi Marius Simon
que deu o nome aos primeiros satélites a orbitar outro
planeta. São chamados de satélites (ou luas) galileanos.
A partir de então o planeta foi observado exaustivamente
e revelaram o seguinte: as intercalações de faixas
escuras e claras por Zuchi em 1630; manchas claras por
Robert Hooke em 1664; a Grande Mancha Vermelha por
Giovanni D. Cassini em 1665, que também obteve o período
de rotação e mediu o achatamento polar de Júpiter. O
astrônomo Rupert Wildt, durante os anos 1940 e 1950,
elaborou um quadro geral de Júpiter que mais tarde foi
comprovado pelas sondas espaciais. Em suma, sabia-se
muitas coisas do enorme planeta, porém foi com a
exploração de naves não tripuladas que o conhecimento de
Júpiter aumentou grandemente.
É um dos
planetas mais pesquisados do Sistema Solar, sendo
visitada por 7 sondas espaciais – uma delas construída
especialmente para o sistema joviano – além é claro do
uso do telescópio espacial Hubble. A primeira foi a
Pioneer 10 alcançou o ponto de máxima aproximação em 01
de dezembro de 1973 a 132.250 quilômetros de distância.
Em 02 de dezembro de 1974 foi a fez da sonda gêmea
Pioneer 11 que passou apenas a 34.000 quilômetros do
planeta, e foi bombardeada por uma grande quantidade de
partículas energéticas. As informações colhidas ajudaram
na missão seguinte, que começou em 1979 com as
Voyager 1 e Voyager 2.
Revelaram muito detalhes da complexa atmosfera de
Júpiter, descobriram os anéis e as particularidades de
algumas luas, como os vulcões em Io; deveras suas
informações levaram anos para serem analisadas. A sonda
Ulysses, também fez uma breve visita em 08 de fevereiro
de 1992, quando se posicionava para ficar em órbita
polar em torno do Sol.
Quase
quatro séculos depois, outro Galileo observou Júpiter. A
sonda homenageando o astrônomo italiano foi projetada
para fazer várias visitas ao planeta Júpiter e seus
satélites, especialmente os maiores. Durante os 14 anos
da missão espacial, a sonda observou a atmosfera e o
campo magnético de Júpiter, bem como as luas do planeta
terminando suas atividades sendo colocada em
rota de colisão com o planeta em
setembro de 2003.
Algumas
teorias da conspiração dizem que a sonda
espacial Galileo estava a caminho de Júpiter
transportando uma carga de plutônio. A
denotação dessa carga poderia fazer com que
Júpiter, que é um planeta gasoso, acendesse,
transformando-se em uma pequena estrela,
coisa dos Illuminati que planejavam criar um
grande sinal nos céus |
Sem dúvida o que
mais chama atenção em Júpiter são suas dimensões. Por
exemplo, se tomarmos como medidas as terrestres, temos:
diâmetro mais de 11 vezes, massa 317,80 mais "pesado" e
ocupa um volume 1.401 vezes maior! No entanto sua
densidade é baixa, sendo de apenas 1,33 g/cm³. Na
realidade este é o primeiro dos chamados planetas
gigantes ou gasosos, formados basicamente de hidrogênio
e hélio. O que chamamos de superfície nos planetas
rochosos, nesses planetas estamos se referindo as
camadas superiores da atmosfera.
Não há certeza
se o núcleo de Júpiter (ou qualquer outro planeta
gasoso) é rochoso. No entanto, parece que o centro do
planeta é quente (talvez 30.000° C) visto que Júpiter
irradia para o espaço 2,5 vezes mais energia do que
recebe do Sol. Devido à pressão de milhões de atmosferas
os átomos de hidrogênio devem está comprimidos em estado
líquido. O hidrogênio em tais condições adversas adquire
propriedades metálicas, gerando corrente elétrica e
conseqüentemente um forte campo magnético.
Isto explicaria
porque o campo magnético de Júpiter é intenso (cerca de
14 vezes o da Terra), sendo que produzem ondas de rádio
tão potentes, que no Sistema Solar é apenas superada
pelo próprio Sol. O eixo desse campo está inclinado 11
graus em relação ao eixo de rotação, afastado 10.000 km
do centro. O interessante é que como os pólos estão
invertidos em Júpiter, se levássemos uma bússola para o
planeta a agulha apontaria para o sul. A magnetosfera é
gigantesca: mais de 7 milhões de quilômetros em direção
ao Sol e até 700 milhões de quilômetros na direção
oposta, ou seja, além da órbita do planeta Saturno!
De 16 a 22
de julho de 1994 ocorreu uma espetacular chuva de
meteoros em Júpiter quando os fragmentos do cometa
Schoemaker-Levy 9
(ou SL9) atingiu o planeta. Estima-se que o cometa SL9
girava em torno de Júpiter há pelo menos 20 anos com
período orbital de 2 anos, até ser despedaçado pelas
enormes forças de maré do planeta em 07 de julho de 1992
quando esteve apenas a 71.400 quilômetros acima da
atmosfera. O que restou foram 21 pedaços (segundo alguns
cálculos os maiores eram de 3 quilômetros) que foram
esparramados em uma linha até a queda em Júpiter. Os
fragmentos do cometa SL-9 com uma velocidade de cerca de
200.000 km/h, produziram enormes explosões que haviam
sido indicadas apenas pelas predições mais extremas.
Quando entraram na atmosfera de Júpiter, os fragmentos
causaram flashes que duraram apenas alguns segundos.
Daí, gases superaquecidos foram expelidos para as
camadas superiores da atmosfera, formando bolas de fogo
imensas que, nas explosões maiores, eram, por alguns
instantes, mais quentes do que a superfície do Sol! Nos
próximos 10 a 20 minutos, uma enorme coluna de gases
elevou-se a uns 3.200 quilômetros. Visto que os impactos
ocorreram no lado escuro de Júpiter (no hemisfério sul),
os flashes e as colunas de gás brilhantes puderam ser
detectados com mais facilidade. Em alguns casos, o topo
das colunas podia ser visto acima do horizonte de
Júpiter.
imagens do impacto
Dez minutos
depois da colisão, a rotação do planeta virou para a
Terra os locais dos impactos. Passaram-se outros dez
minutos e os pontos de impacto se voltaram para o Sol. A
essas alturas, as colunas já se tinham dissipado, e
haviam sido substituídas por enormes manchas escuras. A
maior delas tinha duas vezes o tamanho da Terra. Essas
manchas não haviam sido preditas pelos astrônomos, mas
acabaram sendo o aspecto mais marcante do fenômeno, que
duraram meses. Esta foi a primeira colisão de dois
astros do Sistema Solar que foi observado e acompanhado
em todos os pormenores.
VÍDEO
Júpiter: O Planeta Gigante
Júpiter é o quinto planeta mais próximo do Sol e é o
maior no sistema solar. Se Júpiter fosse oco, caberiam
mais de mil Terras no seu interior. Contém também mais
matéria do que todos os outros planetas juntos. Descubra
mais sobre esse gigante do sistema solar em mais um
episódio de "O Universo".
Tamanho Total: 350 MB
Dublado e Legendado (PT-BR)
Parte 1
Parte 2
Parte 3
Parte 4
DO SITE
|
http://science.nasa.gov/science-news/science-at-nasa/2010/15sep_jupiter/
http://blogs.estadao.com.br
http://www.anjodeluz.com.br/jupiter/ignicaodejupiter.htm
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