No espaço existem duas
fontes principais de radiação. A primeira, e mais óbvia,
é o Sol. Na dinâmica solar, há períodos em que o astro
se mostra relativamente "calmo" e outros em que se
comporta como um monstro furioso, alternando esses dois
comportamentos em ciclos de aproximadamente 11 anos. No
máximo do ciclo, surgem manchas solares por toda a
superfície solar. Flares e emissão de massa coronal (CME,
na sigla em inglês) ocorrem com freqüência, lançando no
espaço nuvens de bilhões de toneladas de material
altamente energético.
Um flare ocorre quando a
energia magnética contida no Sol se acumula - formando
um pico próximo da superfície -, explode e desencadeia a
liberação repentina de partículas de alta energia pelo
espaço afora.
As CMEs ocorrem quando as linhas do campo magnético se
rompem. Uma grande CME pode lançar bilhões de toneladas
de partículas carregadas e de gás quente para o espaço a
centenas de milhares de quilômetros por hora.
Durante os dois tipos de
eventos, as partículas mais energéticas atingem a Terra
em poucos minutos. Em períodos em que a atividade solar
está no máximo, vários flares e CMEs entram em erupção
diariamente. Mas mesmo períodos de baixa atividade não
garantem segurança total para os astronautas. A
atividade solar, embora baixa em alguns momentos, nunca
cessa.
A segunda, e mais
previsível, fonte de radiação do espaço são os raios
cósmicos galácticos. Supostamente produzidos durante
explosões de supernovas, essas partículas bombardeiam o
Sistema Solar vindas de todas as direções. A taxa do
fluxo dessas partículas é baixa, mas elas viajam a
altíssimas velocidades. Os raios cósmicos são
constituídos de prótons, núcleos de elementos pesados de
alta energia. Os núcleos que podem afetar
significativamente as funções biológicas vão desde o
hidrogênio até o ferro. Núcleos pesados - como o ferro -
são os mais perigosos.
"Os raios cósmicos
galácticos são formados por partículas altamente
ionizadas e podem prejudicar seriamente os tecidos",
afirma Cary Zeitlin, especialista em radiação do
Lawrence Berkeley National Laboratory, em Berkeley,
Califórnia. "No entanto, o fluxo dessas partículas é
muito baixo." Mesmo um evento de partículas solares
intenso produz muito poucas partículas tão perigosas.
Uma partícula isolada, gerada por um evento solar
típico, produz danos muito menores que um íon pesado
gerado por raios cósmicos. Mas, além dessas partículas,
o Sol produz outras.
Previsões pessimistas
Destruição da Terra é certa, diz cientista
A
estrela Eta Carinae, que tem uma massa
gigantesca
Mais cedo ou mais tarde,
uma catástofre vinda do espaço eliminará
toda a vida na Terra. Esta é a opinião do
cientista Aaaron Dar, do Instituto de
Pesquisa Espacial Technion, de Israel.
Com base nas mais recentes estatísticas
disponíveis, ele alega que uma estrela com
uma massa gigantesca no fim do seu período
de vida entrará em colapso, formando um
buraco negro e liberando uma onda de
radiação destrutiva, que esterilizaria
qualquer planeta em seu caminho - inclusive
a Terra.
Embora a maior parte dessas ondas não deva
acertar a Terra, estudos sugerem que isso
deve acontecer pelo menos uma vez em todos
os planetas em intervalos de cem milhões de
anos - curiosamente o intervalo das grandes
destruições ocorridas na Terrra.
"É uma certeza, as escalas de tempo são
comparáveis às extinções em massa
registradas na história geológica da Terra",
disse Dar.
Maiores que o Sol
Estrelas com massas gigantes, superiores à
do Sol, estão espalhadas por toda a galáxia.
Acredita-se que quando entrarem em colapso,
no fim de suas vidas, elas emitam uma
intensa onda de radiação, chamada
raios-gama, no espaço.
O cientista israelense Aaaron Dar |
A força desses
raios e das partículas subatômicas que os
acompanharão é tão grande que eles podem ter
uma influência decisiva na vida da galáxia à
que pertence a Terra.
"Se uma onda como essa atingir a Terra, os
efeitos serão completamente devastadores,
algo que ninguém poderia imaginar", afirmou
o cientista israelense.
No lado da Terra que estiver sujeito à
explosão, ondas chamuscantes vão atravessar
a atmosfera e chegarão à superfície.
Apenas momentos depois da chegada da
radiação, a temperatura atmosférica vai
começar a subir rapidamente.
Todo material orgânico na superfície da
Terra começará a queimar. Nesse estágio, os
sobreviventes podem se esconder em prédios e
abrigos. Mas o pior ainda estará por vir.
A primeira explosão de raios-gama vai durar
uma fração de segundo. Momentos depois,
virão os raios cósmicos, que inundarão nosso
planeta por dias. Eles não deixarão nenhum
lugar para nos escondermos.
Os raios cósmicos são partículas altamente
energéticas que viajam pelo espaço com uma
velocidade semelhante à da luz.
Esses raios assolarão a atmosfera,
depositando vastas quantidades de energia e
criando um enxame de partículas destrutivas
"filhas".
Tais partículas vão penetrar milhares de
metros de pedras de forma que poucas
cavernas oferecerão proteção e até mesmo
criaturas do fundo do mar serão afetadas por
doses letais de radiação.
Os ecossistema da Terra serão destruídos.
"Os poucos que sobreviverem desejarão ter
morrido", disse Dar. "Eles vão lutar,
desamparadamente, em um planeta destruído."
O cientista ressalta que é consistente
acreditar que muitas das grandes extinções
que pontuaram a história da Terra foram
causadas por um fluxo de radiação
devastadora do espaço.
No momento os astrônomos não sabem que
estrela monitorar. Estrelas visíveis do
Hemisfério Sul, como a gigante Eta Carinae,
devem explodir em algum momento dos próximos
1 milhão de anos. Essa, pelo menos, não está
apontando para a direção da Terra.
Sem dúvida existe pelo menos uma que está,
mas os astrônomos ainda não a encontraram.
|
Previsões
otimistas
Não haverá
tempestade solar assassina
do site http://eternosaprendizes.com
A Terra tem evoluído ao
longo das eras rodeada por um ambiente altamente
radioativo. O Sol lança constantemente partículas de
alta energia, a partir da sua superfície dominada
pelo magnetismo, através do
vento solar. Durante o
máximo solar (quando o Sol está em sua etapa
mais ativa no
ciclo solar de 11 anos), a Terra pode ter o
infortúnio de estar na mira de uma explosão com a
energia equivalente a 100 bilhões de vezes a bomba
de
Hiroshima na II Guerra Mundial. Esta explosão é
conhecida como
tempestade solar e seus efeitos podem causar
alguns problemas aqui na Terra.
Antes de revermos aqui
os efeitos colaterais na Terra, vamos analisar o
comportamento do Sol e compreender as razões dele se
enfurecer tanto cada 11 anos, nos períodos de “máximo
solar“.
O Ciclo Solar
O Sol apresenta um
comportamento cíclico que alterna períodos de
calmaria (mínimo solar) com períodos de intensa
atividade (máximo solar).
Como está o Sol
hoje? veja acima nessa imagem atualizada
diariamente do SOHO Extreme ultraviolet Imaging
Telescope (EIT) - full-field Fe IX, X 171 Å -
NASA Goddard Space Flight Center (clique na
imagem para ver a versão em alta resolução e a
data/hora em que foi gerada)
Primeiro e o mais
importante: o Sol tem um ciclo
natural de
aproximadamente 11 anos. Durante o tempo de vida de
cada ciclo, as linhas de campo magnético do Sol são
arrastadas ao redor do corpo solar mediante uma
rotação diferenciada no equador solar. Isto
significa que o equador solar gira mais rapidamente
que os pólos magnéticos. Conforme isto prossegue, o
plasma solar arrasta as linhas de campo magnético ao
redor do Sol, provocando tensão e acumulando energia
(ilustrado na figura acima). Conforme aumenta a
energia magnética, formam-se ondas no fluxo
magnético, forçando-as mover-se até a superfície.
Estas ondas são conhecidas como bolhas coronais as
quais se fazem mais numerosas durante os períodos de
pico solar.
Aqui entram em jogo as
manchas solares. Conforme as bolhas coronais
continuam surgindo na superfície, as
manchas solares aparecem também, situadas na
base das bolhas. As bolhas coronais têm o efeito de
empurrar as
camadas mais quentes da superfície do Sol (a
fotosfera e a
cromosfera) para os lados, expondo a zona de
convecção mais fria (as razões de porque a
superfície solar e a atmosfera estão mais quentes
que o interior se deve o
fenômeno de aquecimento da corona). Conforme a
energia magnética se acumula, pode-se esperar que
cada vez maior fluxo magnético seja forçado a
unir-se. Aqui é onde tem lugar o fenômeno de
re-conexão magnética.
A re-conexão é o gatilho
do acionamento de explosões solares de diversos
tamanhos. Tal e como já explicado em outro artigo da
Universe Today (”Fluxos
coronais quentes podem ser a chave para as explosões
solares“), as explosões solares variam desde as
“nano tempestades” até as “explosões da classe-X”
que são os eventos solares mais energéticos.
Calcula-se que as maiores explosões solares podem
gerar a energia de 100 bilhões de explosões
atômicas, mas não deixe que este número o preocupe.
Para começar, estas explosões têm lugar na
corona baixa, próxima da superfície solar, ou
seja, há quase 150 milhões de quilômetros de
distância (1
UA –
Unidade Astronômica). A Terra não está nem ao menos
perto dessas erupções.
Quando as linhas de
campo magnético solar liberam uma enorme quantidade
de energia, o plasma solar se acelera e fica
confinado dentro do ambiente magnético (o plasma
solar é formado de partículas superaquecidas
iônicas
como
prótons,
elétrons e alguns elementos leves como os
núcleos de
Hélio).
Quando as partículas do plasma interagem, raios-X
podem ser gerados se as condições necessárias estão
adequadas, tornando-se possível o evento denominado
bremsstrahlung. (O
bremsstrahlung tem lugar quando as
partículas carregadas interagem, dando como
resultado uma emissão de raios-X). Isto pode criar
uma tempestade de raios-X (ou rajadas de Raios-X).
O problema com
as rajadas de raios-X
Super tempestade
solar de 2003
O maior problema com uma
rajada de raios-X é que temos bem pouco tempo de
aviso prévio para detectar quando esse evento irá
acontecer, uma vez que os raios-X viajam na
velocidade da luz (na imagem acima temos uma rajada
que quebrou recordes em 2003). Os raios-X de uma
tempestade de classe-X alcançam a Terra em cerca de
oito minutos. Quando os raios-X impactam nossa
atmosfera, estes são absorvidos pela camada mais
externa, conhecida como
ionosfera. Como já se pode deduzir por esse
nome, esta é uma camada altamente carregada e
reativa, repleta de íons (núcleos atômicos e
elétrons livres).
Durante eventos solares
tão potentes, os índices de ionização entre os
raios-X e os gases atmosféricos se incrementam nas
camadas D e
E da ionosfera. Isto provoca um aumento súbito
na produção de elétrons nestas camadas. Estes
elétrons podem causar interferências na passagem das
ondas de rádio através da atmosfera, absorvendo
os sinais de rádio de onda curta (os da faixa de
freqüência alta), bloqueando possivelmente as
comunicações globais. Estes eventos são conhecidos
como “Perturbações Ionosféricas Súbitas” (SID – “Sudden
Ionospheric Disturbances“) e são comuns durante
os períodos de alta atividade solar. É interessante
apontar que o incremento na densidade de elétrons
durante uma SID reforça a propagação das ondas de
rádio de Muito Baixa Freqüência (VLF), um fenômeno
que os cientistas usam para medir a intensidade dos
raios-X que procedem do Sol.
Ejeções da massa
coronal?
Ejeção de Massa
Coronal Solar (CME)
As emissões de explosões
solares de raios-X são só uma parte da história. Se
as condições são adequadas, pode ser produzida uma
ejeção de massa coronal (CME – “coronal
mass ejection“) na área da tempestade (embora
esses fenômenos possam ocorrer de forma
independente). As
CMEs são mais lentas que os raios-X em sua
propagação, mas seus efeitos globais aqui na Terra
podem ser mais problemáticos. As CMEs não viajam a
velocidade da luz, mas ainda assim viajam bem
rápido. As CMEs podem chegar a uma velocidade de 3,2
milhões de km/h, o que significa que podem
alcançar-nos em até 48 horas (1
UA ≈ 149,6 milhões de km).
Aqui é onde se põe
grande parte do esforço na previsão do clima
espacial. Temos um punhado de naves situadas entre a
Terra e o Sol no
Ponto de Lagrange Terra-Sol (L1) com
sensores a bordo para medir a energia e intensidade
do vento solar. Quando uma CME passa através de sua
posição, podem-se medir diretamente as partículas
energéticas e os campos magnéticos interplanetários
(CMI).
Uma missão conhecida como Explorador de Composição
Avançado (ACE –
Advanced
Composition Explorer) orbita no ponto de
Lagrange L1 e proporciona aos cientistas
com 1 hora de antecedência informes sobre a situação
da aproximação de uma
CME. ACE forma parceria com o Observatório
Heliosférico e Solar (SOHO –
SOlar and
Heliospheric Observatory) e com o
Observatório de Relações Solares e Terrestres (STEREO
–
Solar TErrestrial RElations Observatory). Assim
as
CMEs podem ser rastreadas desde a corona
inferior até o espaço interplanetário, através do
ponto L1 até a Terra. Estas missões
solares estão trabalhando ativamente juntas para
proporcionar as agências espaciais
previsões antecipadas sobre uma CME dirigida contra
a Terra.
Então, o que acontece se
uma
CME alcança a Terra? Para começar, grande parte
do impacto depende da configuração magnética do
CMI (desde o Sol) e do campo geomagnético da
Terra (a magnetosfera). Em geral, se ambos estão
alinhados com suas polaridades apontando na mesma
direção, é altamente provável que a
CME seja repelida pela magnetosfera. Neste caso,
a
CME se deslizará sobre a Terra, provocando
algumas mudanças de pressão e distorção na
magnetosfera, mas de qualquer forma
a CME será defletida sem problemas. Entretando,
se as linhas dos campos magnéticos do
CMI e da magnetosfera estão em uma configuração
antiparalela (quero dizer: as polaridades magnéticas
estão em direções opostas), pode então ocorrer uma
re-conexão magnética nas bordas da magnetosfera.
Neste evento, o
CMI e a magnetosfera se fundem, conectando o
campo magnético terrestre com o do Sol. Isto nos
proporciona um dos eventos mais inspiradores da
natureza: as
auroras polares.
Satélites em
Perigo
Quando o campo magnético
de uma CME conecta com o da Terra, são injetadas
partículas de alta energia na magnetosfera. Devido à
pressão do vento solar, as linhas de campo magnético
do Sol se centrarão na Terra, curvando-se atrás do
nosso planeta. As partículas injetadas no “lado
diurno” serão canalizadas para as regiões polares da
Terra interagindo com nossa atmosfera e gerando a
luz através das
auroras. Durante esta época, o Cinturão de Van
Allen ficará “super carregado eletricamente”,
criando uma região ao redor da Terra que pode causar
problemas aos astronautas desprotegidos e nos
satélites sem escudos. Para mais detalhes, leia: “Radiation
Sickness, Cellular Damage and Increased Cancer Risk
for Long-term Missions to Mars” e “New
Transistor Could Side-Step Space Radiation Problem.”
Como se não fosse o
bastante essa radiação do Cinturão de Van Allen, os
satélites poderiam sucumbir-se à ameaça de uma
atmosfera em expansão. Como seria de esperar, se o
Sol golpear a Terra com raios-X e CMEs, haverá um
aquecimento inevitável e uma expansão global da
atmosfera, possivelmente invadindo as altitudes
orbitais dos satélites. Se os controladores das
agências espaciais não ficarem atentos, o
efeito de aero frenagem sobre os satélites
poderá provocar a sua desaceleração e conseqüente
queda. Lembro que o processo de aero frenagem tem
sido usado de forma extensiva como uma ferramenta de
vôo espacial para frear as naves quando são postas
em órbita ao redor de outro planeta. Assim isto terá
um efeito adverso sobre os satélites que orbitam a
Terra uma vez que qualquer diminuição da velocidade
orbital poderá provocar sua reentrada indesejável na
atmosfera.
Também sentimos
os efeitos no solo
A Terra vista do
Espaço
Embora os satélites
estejam na linha de frente, se ocorrer um poderoso
aumento na quantidade de partículas energéticas que
entram na atmosfera, poderemos sentir os efeitos
adversos aqui sobre a Terra também. Devido à geração
de raios-X a partir dos elétrons da ionosfera,
algumas formas de comunicação podem entrecortar-se
(ou serem eliminadas por completo), mas isto não é
tudo que pode acontecer. Nas regiões em latitudes
particularmente altas, uma vasta corrente elétrica,
conhecida como “electrojet“,
pode formar-se na ionosfera graças a estas
partículas entrantes, uma vez que uma corrente
elétrica advém de um campo magnético. Dependendo da
intensidade da
tormenta solar, as correntes elétricas podem ser
induzidas aqui no solo, sobrecarregando
eventualmente as redes elétricas globais. Em 13 de
março de 1989,
seis milhões de pessoas sofreram um apagão na
região de Quebec no Canadá depois de um enorme
aumento na atividade solar causado por correntes
induzidas no terreno. Quebec ficou paralisada
durante nove horas enquanto seus engenheiros
trabalhavam na solução do problema.
Pode nosso Sol
produzir uma tempestade assassina?
Estrela em erupção
(solar flare)
A resposta curta
a esta pergunta é “não“.
A resposta longa
para essa questão é um pouco mais elaborada. Embora
uma tempestade solar dirigida diretamente contra
nós, possa provocar problemas secundários tais como
danos nos satélites, lesões em astronautas sem
proteção e apagões, a tempestade em si não é
bastante potente para destruir a Terra, e
certamente, não em 2012. Acrescento que, em futuro
distante, quando o Sol comece a esgotar seu
hidrogênio do núcleo e se converta em uma
gigante vermelha, iremos ter um verdadeiro
inferno no planeta Terra, mas isso só ocorrerá
dentro de 5 ou mais bilhões de anos. Existe contudo
até a probabilidade remota de que várias explosões
de classe-X sucessivas sejam lançadas pelo Sol e por
pura má sorte uma série de CMEs nos impactem
conjuntamente com explosões de raios-X, mas tal
nunca será bastante potente como para superar nossa
magnetosfera, ionosfera e a grossa atmosfera abaixo
que nos protege há bilhões de anos.
Diferentemente do nosso
Sol, que é bem pacato, as explosões solares
“assassinas” têm sido observadas em outras
estrelas. Em 2006, o observatório Swift da NASA
viu
a maior tempestade solar jamais observada há 135
anos luz de distância. Com uma liberação de energia
estimada em 50 quadrilhões (milhões de trilhões) de
bombas atômicas, uma tempestade como a de II Pegasi
haveria aniquilado a maior parte da vida na Terra se
nosso Sol tivesse disparado tal tormento.
Obviamente, nosso Sol não é uma II Pegasi. II Pegasi
é uma violenta gigante vermelha com uma companheira
binária em uma órbita muito próxima. Acredita-se que
a interação gravitacional com sua companheira
binária além do fato de que II Pegasi é uma gigante
vermelha são as causas desta tempestade energética
descomunal.
Os profetas do
apocalipse gostam de apontar o Sol como uma possível
fonte assassina para a Terra, mas o fato é que nosso
Sol é uma estrela muito estável. Não possui uma
binária companheira (como II Pegasi), tem um ciclo
conhecido (de aproximadamente 11 anos) e não há
provas de que nosso Sol tenha contribuído em nenhuma
das extinções massivas no passado com uma enorme
tempestade dirigida contra a Terra. Já foram
observadas grandes explosões solares (tal como a
tempestade de luz branca de Carrington em 1859)…
mas a humanidade ainda continua tranqüila por aqui.
Para
esfriar mais ainda o assunto, os físicos solares
(em 2008 e 2009) estão
surpreendidos pela carência inesperada da atividade
solar no início do ciclo solar #24, o que tem
levado alguns cientistas a especular que poderíamos
estar próximos de um novo
mínimo de Maunder e uma “Pequena
Idade do Gelo“. Isto está em total oposição com
a
previsão anterior dos físicos solares da NASA feita
em 2006 que estimaram que este ciclo fosse
tornar-se extraordinário.
Isto me leva a concluir
que ainda temos um longo caminho a percorrer na
previsão das explosões solares. Embora a previsão do
clima espacial esteja melhorando, só dentro de
alguns anos estaremos capacitados a monitorar o Sol
com uma precisão suficiente para dizer com alguma
certeza quão ativo será o
ciclo solar. Por ora, no que tange a profecia,
previsão ou mito, não existe uma forma física de
dizer se a Terra será golpeada por alguma
tempestade, muito menos um enorme evento em 2012.
Mesmo que uma grande tempestade venha a nos assolar,
tendo em vista o máximo solar que está previsto para
2012, tal jamais será um evento que cause extinção
massiva. Sim, os satélites poderão ser danificados,
provocando problemas secundários como perda do
serviço global de
GPS (o que poderia interromper o controle de
tráfico aéreo, por exemplo) ou as redes energéticas
nacionais poderão sofrer sobrecargas causadas por “electrojets”
de
auroras, mas nada mais extremo que isso.
Mas espera aí! Para
complicar esse problema, os profetas do apocalipse
também têm afirmado que incrivelmente uma grande
tempestade solar nos impactará justamente quando o
campo magnético da Terra se enfraquece e se inverte,
deixando-nos sem proteção ante os estragos de uma
CME… As razões pelas quais isto também não vai
ocorrer em 2012 já mereceram seu próprio artigo:
“2012:
Não haverá inversão dos pólos magnéticos da Terra“.
do site http://eternosaprendizes.com